domingo, 9 de agosto de 2009

Chove mas não molha

Tivessem parado as gotas da chuva,
Os raios,
As poças.

Tivessem parado as nuvens,
Os trovões,
E dos relâmpagos as tochas.

Tivessem parado, não estaria eu aqui a falar:
Nem das gotas,
Nem dos raios,
Nem das poças,
Nem das nuvens,
Nem das tochas.

Tivessem parado, estaria a contemplar qualquer raio que não chuva.
Qualquer poça que não nuvem
Qualquer trovão que não tocha.

Pois da manhã em que se faz sol e não água
Não há porque deleitar-se ao guarda-chuva.
Não há porque trovejar de saudades, coração!
Porque o cair de cada gota é um amor de vida.